PCDF prende dois suspeitos por venda irregular de combustíveis no Setor de Inflamáveis

Em uma ação integrada, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na terça-feira (27), uma operação que culminou na prisão de dois indivíduos envolvidos na comercialização irregular de combustíveis. A operação ocorreu no setor Lúcio Costa, região do Guará, ao lado do Setor de Inflamáveis (SIN), em plena a “Rota de Fuga”. Ao todo, foram apreendidos R$ 19 mil litros de combustíveis.

O caso se soma a pelo menos outros dois, nos últimos anos. Além de relatos de trabalhadores da própria região de furto de botijões de gás de cozinha de uma grande empresa localizada no SIN.

A investigação desta semana teve início após denúncias anônimas que apontavam a venda clandestina de galões de gasolina em um galpão da localidade. Durante a incursão policial, equipes da PCDF flagraram um homem vendendo combustíveis ilegalmente para outro, que foi abordado ao deixar o local com quatro galões no porta-malas de seu veículo.

Ao perceber a presença policial, o vendedor do combustível tentou fugir a pé e, em seguida, embarcou em um carro conduzido por um terceiro homem. A tentativa de fuga foi rapidamente frustrada pela equipe da Polícia CIvil, que contou com o apoio da Divisão de Operações Aéreas da PCDF (DOA/PCDF), conhecida como “Carcará”. A aeronave auxiliou na captura dos suspeitos na região do SIA, próximo a uma concessionária.

A operação contou ainda com a participação de um auditor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que foi fundamental na identificação e quantificação dos diversos tipos de combustível armazenados no galpão, incluindo gasolina, S500 e S-10. Estima-se que o volume total apreendido seja de aproximadamente 19 mil litros.

Como parte das medidas complementares, foi solicitada perícia no galpão, localizado no Setor de Chácaras Aschagas, no Guará. O aparelho celular do vendedor de combustível e o dinheiro encontrado no veículo foram apreendidos para fins de investigação. Todo o combustível apreendido será armazenado sob a guarda da ANP, com a segurança da PCDF.

Os dois homens detidos foram autuados em flagrante pelo crime de comercialização irregular de combustíveis.

Riscos

A comercialização de combustíveis de forma irregular, assim como o furto do material, é recorrente na região do Setor de Inflamáveis. Entre janeiro de 2022 e o início de 2025 — não computando esta ocorrência — a Polícia Militar do DF atendeu 27 ocorrências na região, sendo duas delas por furto de combustíveis, prendendo três pessoas.

Os dados foram obtidos pelo Jornal de Brasília por meio da Lei de Acesso à Informação e fazem parte da estratégia de segurança e policiamento do batalhão responsável pelas regiões que compreende a Administração do Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA). Segundo a PMDF, os dados constam no sistema Gêneses.

A região conta com relatos, ainda, de furtos em dutos, tiros próximos aos tanques de combustíveis e a presença de moradias precárias no local, o que coloca em risco não apenas os trabalhadores, mas também as pessoas que habitam a região.

No início do mês, diversos órgãos do Governo do Distrito Federal realizaram a remoção de famílias que moravam próximo às empresas de armazenamento e da linha férrea de trem. Aumentando as chances de um acidente de grandes proporções.

Perímetro

Ainda na gestão atual foi inaugurada a chamada Rota de Fuga —  entre o SIN e o Lúcio Costa ligando a Estrutura e a EPTG — com o objetivo de dar alternativas para as pessoas que trabalham e moram nas proximidades do Setor de Inflamáveis de evacuação da região. Entretanto, a região também possui grande número de pessoas residindo irregularmente.

Para as famílias que estão irregulares, o GDF está elaborando um estudo, que deverá ficar pronto em um prazo de até 90 dias, para avaliar a possibilidade de regularização.

Mesmo com a chance de regularizar, autoridades afirmam que a existência de residências próximas às empresas de armazenamento, ainda mais em situação de precariedade, podem ser fatais em caso de acidente, seja na parte das companhias ou ente as próprias residências, em especial as de lona ou madeirite.

Segundo técnicos, uma explosão de grandes proporções na região pode alcançar cerca de 30 quilômetros a partir do epicentro da detonação.

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