Abrigo público para cães do DF é denunciado por suspeita de maus-tratos

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Por Larissa Barros
redacao@grupojbr.com

Um abrigo público que acolhe temporariamente animais em situação de rua no Distrito Federal foi denunciado por protetoras por suposta negligência e maus-tratos. Segundo elas, alguns cães apresentavam sinais de cinomose, doença viral altamente contagiosa, além de pouca oferta de água e comida para muitos animais, dividindo o mesmo espaço, e grande quantidade de carrapatos e pulgas.

Localizado em uma área rural entre Brazlândia e Águas Lindas, o abrigo aparece em vídeos divulgados nas redes sociais que mostram cães em magreza extrema, com lábios e patas infectados, secreção nos olhos.

O caso foi levado à Polícia Civil na última sexta-feira (8), por meio de boletim de ocorrência registrado pelas protetoras. A Secretaria Extraordinária de Proteção Animal do Distrito Federal (Sepan) informou ao Jornal de Brasília que acompanha de forma contínua o abrigo de transição administrado por uma Organização da Sociedade Civil (OSC), realizando vistorias regulares para garantir a saúde e o bem-estar dos animais.

Segundo a pasta, nas últimas visitas foram identificados pontos que precisam de ajustes, e a entidade responsável foi notificada a adotar providências imediatas para assegurar o manejo adequado e a melhoria das condições de acolhimento. Também foi determinado que, no prazo de cinco dias, seja apresentado um relatório detalhado com as ações implementadas e os protocolos de tratamento, monitoramento e cuidados veterinários. A Secretaria afirmou que segue acompanhando a execução dessas medidas e que todas as ações têm caráter preventivo, visando preservar a saúde e o bem-estar dos animais.

Em resposta, a OSC responsável, OMNI Instituto de Desenvolvimento Social, negou as acusações e afirmou que os animais mostrados nos vídeos pertencem a matilhas já registradas em ocorrências de ataques a pedestres e a animais silvestres. Segundo a entidade, por não se adaptarem ao convívio em baias, esses cães permanecem soltos em um lote de 30 mil metros quadrados, onde têm espaço para se exercitar, sob monitoramento e com manejo adaptado às suas necessidades.

O Instituto também alegou que trechos do vídeo divulgado foram manipulados e incluem imagens que não se referem ao abrigo. “Essas inserções distorcem a realidade e não representam nossas práticas. As acusações de maus-tratos são infundadas e serão desmentidas por meio dos protocolos que registram todos os atendimentos e procedimentos realizados. Sempre que algum animal apresenta alterações clínicas, ele é isolado e encaminhado à clínica de apoio para tratamento. Além disso, todos os cães passam por avaliações diárias, exames e controles parasitários internos e externos a cada 15 dias”, afirmou.

A OMNI concluiu dizendo que publicações feitas nas redes sociais e reportagens produzidas pelas mesmas pessoas indicam que “o objetivo principal da visita não era o resgate de animais, mas sim a produção de imagens distorcidas e narrativas inverídicas, com o intuito de desqualificar e desmoralizar o trabalho realizado pelo albergue do CASTRA-DF”.


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