Para o Sindicato das Autoescolas (Sindauto DF) a autoescola é mais do que aula, é um compromisso com a vida. Com esse pensamento, o setor se reuniu em uma carreata no Eixo Monumental, no centro de Brasília, nesta última quarta-feira. O ato foi organizado em um manifesto contra o fim das aulas práticas para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH. Participaram da ação, cerca de 350 veículos.

Segundo o presidente da Sindauto, Francisco Joaquim Loiola, a carreata objetivava chamar a atenção do ministro dos Transportes, Renan Filho, para buscar um diálogo entre ele e a classe das autoescolas. “Para que ele possa receber o nosso setor para ter um diálogo amplo e resolver o problema da categoria”, afirmou ao Jornal de Brasília.

Francisco afirma que a categoria vai lutar contra a afirmação de que não é preciso mais autoescola. “Está sendo dito que o futuro motorista pode procurar uma pessoa para dar aulas e tirar a habilitação. Isso acaba com o setor”, destacou. Ainda de acordo com Francisco, no Brasil todo, são em média 15.000 empresas de autoescolas, que geram cerca de 300.000 empregos. “Nós precisamos ser ouvidos”, frisou.

De acordo com o presidente, 133 autoescolas operam no DF atualmente. Na ação de quarta-feira, a maioria dos 350 veículos que ocuparam o Eixo Monumental eram de Brasília, mas Francisco destacou que alguns carros vieram de Goiás. “Se não resolver o problema, a gente parte para uma manifestação nacional, com a participação de autoescolas do Brasil inteiro”.

O Ministério dos Transportes está desenvolvendo uma proposta que visa tornar facultativas as aulas em autoescolas para a obtenção da CNH. A medida visa reduzir custos e ampliar o acesso à habilitação, especialmente para pessoas de baixa renda. Atualmente, a proposta está em análise na Casa Civil. Caso venha a ser aprovada, será regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Para o presidente, essa proposta coloca a vida das pessoas em risco. “Nós já temos acidentes, sequelas e muitas mortes no país. Só no primeiro semestre deste ano, foram mais de 640 mortes no trânsito no estado de São Paulo”, comentou.

O Sindauto também esteve presente na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na quarta-feira, para o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Educação para o Trânsito e da Formação de Condutores.