Barracas de ambulantes próximas ao ponto de ônibus dificultam a vida de passageiros

Por Vítor Ventura

Muita gente depende do transporte público para andar pelo Distrito Federal. Os ônibus são o principal meio de locomoção para quem precisa ir para o trabalho, para a escola, para o hospital e para diversos outros lugares. Até por isso, é normal se deparar com pontos de ônibus cheios em muitas regiões do DF. Mas em alguns locais, os passageiros precisam dividir espaço com comerciantes e vendedores ambulantes que aproveitam o movimento nesses espaços para vender seus produtos.

Esse é o caso de alguns moradores do Recanto das Emas, que esperam pelo ônibus na Quadra 103. Quem aguarda o transporte precisa ficar, na verdade, alguns metros longe da parada para conseguir ver o ônibus e, também, ser enxergado pelo motorista ao dar o sinal. 

Ao lado da parada, há pelo menos três bancas de comerciantes. Eles vendem desde roupas até guarda-chuvas. As tendas, juntamente com os produtos, bloqueiam a visão de quem está sentado esperando o transporte, fazendo com que muitas vezes as pessoas precisem ficar sob o sol para pegar o ônibus. Essa é uma situação vivida diariamente por Walisson Gabriel, de 22 anos, que conversou com o Jornal de Brasília enquanto esperava o transporte para ir ao trabalho.

Morador do Recanto das Emas, ele relatou que dificilmente fica próximo ao ponto com medo de não perceber a chegada do ônibus, ou até do próprio motorista não notá-lo por conta das bancas de produtos. “Atrapalha bastante porque não dá para ficar muita gente [próximo ao ponto]. Se a parada estiver muito lotada também o ônibus precisa parar bem mais atrás”, explicou Walisson.

Os comerciantes não quiseram conceder entrevista ao JBr, mas alguns deles afirmaram que tentam montar as barracas não tão perto do ponto de ônibus. No entanto, esse não é o caso de todos.

“Já foram várias vezes que eu perdi o ônibus para ir trabalhar”, destacou Walisson. Ele contou que às vezes fica no prejuízo de chegar atrasado no trabalho por não perceber o ônibus chegando. Agora, ele fica sempre alguns metros à frente das barracas, em um local onde não é apropriado para a parada do veículo. “Se eles pudessem ficar um pouco mais afastados acho que melhoraria um pouco. Muitas vezes nos horários de pico, que o pessoal está saindo muito do serviço, as paradas ficam muito lotadas e nós temos que ficar aqui mesmo. Não tem muito espaço para pegar o ônibus”, disse Walisson.

Em nota, a Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal (DF Legal), informou que faz ações de fiscalização de rotina em todo o DF além de fazer vistorias quando acionada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT, pelas Administrações Regionais e por ouvidorias. O DF Legal destacou também que vai intensificar as fiscalizações para coibir e realocar a presença dos ambulantes muito próximos aos pontos de ônibus.


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