A Procuradoria da Mulher da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) abriu, nesta segunda-feira (11), a Semana de Combate ao Feminicídio, que segue até sexta-feira (15), com programação voltada à prevenção e conscientização sobre o tema.

A abertura contou com a exposição Feminicídio na Mídia, da jornalista e cientista Anna Clea Maduro, e com a inauguração de um memorial dedicado às 12 mulheres vítimas de feminicídio registradas no DF em 2025, cujos nomes foram gravados como gesto de respeito e solidariedade às famílias.

Durante o evento, a deputada Paula Belmonte (Cidadania), atual procuradora da Mulher da CLDF, lamentou o número de casos e destacou que outros cinco ainda estão em investigação. A delegada Adriana Romana, da Delegacia de Atendimento à Mulher 1, apontou que a maioria dos crimes ocorre de forma cruel, dentro de casa e cometida por parceiros.

Anna Clea Maduro criticou a forma como a imprensa retrata esses casos, destacando que 63% das notícias analisadas usam voz passiva, dando foco à vítima e não ao agressor, e que apenas 5,71% mencionam o Ligue 180, canal gratuito e 24h de atendimento às vítimas.

A pesquisa de Anna Clea inspirou três projetos de lei apresentados pelo deputado Max Maciel (Psol). O distrital Ricardo Vale (PT) cobrou a aplicação efetiva de normas já aprovadas, como a lei de 2017 que obriga escolas públicas a debater machismo e valorização das mulheres.

O secretário-executivo de Segurança Pública do DF, Alexandre Patury, alertou para o machismo cultural que culpa a vítima e ressaltou a importância da educação preventiva. A programação da semana inclui rodas de diálogo com forças de segurança, psicólogos, pesquisadores e lideranças sociais, além de sessão solene e apresentação teatral no encerramento.

*Com informações de Daniela Reis/ Agência CLDF