Embriaguez ao volante acende alerta na PMDF

O Comando de Policiamento de Trânsito da Polícia Militar do Distrito Federal (CPTRan/PMDF) registrou números alarmantes no último feriado de Corpus Christi. Entre os dias 19 e 22 de junho, 641 motoristas foram autuados por alcoolemia depois de serem testados no bafômetro. Foi o recorde de autuações por alcoolemia em 2025. Em comparação com o feriado do Dia do Trabalhador, que também teve quatro dias, de 1 a 4 de maio, a PMDF registrou 251 autuações pela mesma infração.
Nos quatro dias deste último feriado prolongado, os condutores foram abordados em pontos de bloqueio realizados pelos Batalhões de Policiamento de Trânsito (BPTran) e de Policiamento Rodoviário (BPRv) – que compõem o CPTran – em algumas regiões administrativas do Distrito Federal.
Em entrevista ao Jornal de Brasília, o comandante do BPTran, tenente-coronel Carmo, afirmou que o alto índice de infrações por alcoolemia surpreendeu os policiais. “Ficamos surpresos porque os números de autuações dessa natureza tinham diminuído e, então, achamos que poderia estar acontecendo uma mudança de cultura para usar o transporte alternativo no caso de ingestão de álcool”, disse.
O oficial explicou que o BPTran e o BPRv decidiram, em conjunto com outros órgãos de fiscalização de trânsito, aumentar o efetivo e o número de bloqueios durante o feriado. De acordo com o Detran-DF, só de janeiro a maio deste ano, incluindo dados da própria autarquia, do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e da PMDF, foram registradas 10.123 infrações por alcoolemia, uma média de 67 motoristas multados por dia nas vias do DF.

“Não sabemos se o aumento de infrações por alcoolemia foi algo pontual devido ao feriado ou se realmente os motoristas ainda insistem em dirigir depois de ingerir bebidas alcoólicas. Por essa razão, em julho, vamos responder de maneira contundente com aumento no efetivo e nos pontos de bloqueios”, acrescenta.

Ainda de acordo com o militar, depois do mês de julho, o CPTran reavaliará a situação para estabelecerem a estratégia de atuação para o resto do ano. “Estamos sempre atentos e bem informados com os nossos setores de estatísticas e de inteligência”, sentencia.
Reação da PMDF
Para conter o avanço da imprudência por parte de alguns condutores, o Trânsito da PMDF, prepara algumas estratégias. Segundo o comandante do BPTran, tenente-coronel Carmo, o número de policiais empregados na Operação Álcool Zero será ampliado de maneira imediata, assim como a quantidade de pontos de bloqueio em todas as regiões administrativas do DF.
“Vamos manter a mesma pegada e direcionar as abordagens para alcoolemia. O efetivo será reforçado e a quantidade de pontos de bloqueio também sofrerá um aumento imediato”, avisa. O comandante Carmo conclui pedindo para que toda a sociedade se envolva no objetivo de reduzir os números de motoristas embriagados.

“É muito importante que as pessoas não informem a localização dos pontos de bloqueio em aplicativos ou por ligações telefônicas. Motoristas imprudentes alcoolizados e criminosos também têm acesso aos avisos e, assim, evitam a fiscalização para cometer crimes de diversas naturezas. Só poderemos reduzir as estatísticas com o esforço conjunto entre a sociedade e o Estado”.
Álcool Zero
Na última quinta-feira (19/6), a Lei 11.705, de 19 de junho de 2008, conhecida como Lei Seca, completou 17 anos. Segundo o Detran/DF, de 2008 a maio de 2025, os órgãos de fiscalização de trânsito do DF (Detran, DER-DF e PMDF) registraram 294.226 infrações por dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa. Neste ano, de janeiro a maio, foram registradas 10.123 infrações, uma média de 67 motoristas multados por dia nas vias do DF.

De acordo com o CTB, dirigir após o consumo de álcool é infração gravíssima, com multa no valor de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por um ano. Caso ocorra a reincidência da infração no período de até 12 meses, a multa é em dobro, ou seja, R$ 5.869,40.
A recusa em realizar o teste do etilômetro também é considerada infração com as mesmas penalidades. Além disso, a conduta pode ser considerada crime se o resultado do teste indicar uma concentração igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar. Nesse caso, a pena é detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão da CNH ou proibição de se obter a habilitação para dirigir.