FAPDF Talks discute inovação tecnológica e propriedade intelectual

A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) promoveu, nesta segunda-feira (8), a 2ª edição do FAPDF Talks, realizada no Sebrae Lab – Biotic. O evento teve como foco os núcleos de inovação tecnológica (NITs) e a propriedade intelectual, com o objetivo de aproximar gestores, pesquisadores e representantes do setor produtivo em debates sobre avanços e desafios da inovação no Distrito Federal.
A abertura foi conduzida pela superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação da FAPDF, Renata Vianna, que destacou a relevância estratégica do encontro. “O FAPDF Talks é uma oportunidade de compartilhar desafios e casos de sucesso na gestão da inovação, na transferência de tecnologia e na proteção das criações desenvolvidas no Distrito Federal”, afirmou. Renata ressaltou ainda que, mesmo diante de contingenciamento orçamentário, a fundação mantém o compromisso de investir cerca de R$ 100 milhões anuais em fomento à pesquisa e inovação, garantindo a publicação de editais estratégicos para o desenvolvimento científico e tecnológico da região.
Troca de experiências e cases de sucesso
Entre os especialistas presentes estavam Lívia Pereira de Araújo e Guilherme Martins Gelfuso, do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB); Rossana Balestra Choze, da Universidade Católica de Brasília (UCB); Paula Ribeiro e Janaína Tomazoni, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); e Paulo Palhares, do Escritório Carvalho Dantas, Lélis e Palhares Advogados.
Rossana Balestra, da UCB, destacou a importância de traduzir o conhecimento acadêmico para o mercado, promovendo aproximação entre universidades e setor produtivo. “O desafio é mostrar não apenas o que temos, mas por que nossas pesquisas e tecnologias são relevantes para empresas e para a sociedade”, afirmou.
A UnB apresentou cases de transferência de tecnologia, incluindo a primeira patente licenciada em 1998 e a trajetória da spin-off Protek, que hoje atua no mercado europeu. De 1998 a 2024, a universidade contabilizou mais de 200 processos de transferência, resultando em cerca de R$ 1,4 bilhão em faturamento líquido para empresas parceiras e R$ 90 milhões em royalties para a instituição.
Paula Ribeiro, da Embrapa, destacou a evolução da política de inovação da empresa pública após o marco legal de Ciência, Tecnologia e Inovação, ressaltando o papel da propriedade intelectual em soluções sociais e políticas públicas. Já Janaína Tomazoni detalhou como a instituição estruturou seu portfólio de proteção, fortalecendo a visibilidade internacional e atraindo novas parcerias de pesquisa e desenvolvimento.
Encerrando o evento, o advogado Paulo Palhares ressaltou a importância da gestão estratégica da propriedade intelectual no setor privado. “Uma gestão antecipada pode evitar conflitos e assegurar que os inventores tenham o direito de direcionar o uso de suas criações”, afirmou.
O encontro contou ainda com ampla participação do público, que contribuiu com perguntas e comentários, e foi finalizado com um coffee break, promovendo networking e integração entre pesquisadores, gestores, advogados e representantes de diversas instituições.
Com informações da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal