Jogos Escolares do DF completam 65 anos integrando educação e esporte

Comemorando sua 65ª edição em 2025, os Jogos Escolares do Distrito Federal (JEDF) reafirmam seu papel como um dos eventos esportivos mais tradicionais e formadores da capital do país. Organizados pela Secretaria de Educação do DF (SEEDF), os jogos acompanham a história de Brasília desde os primeiros anos, promovendo cidadania, educação e revelação de talentos que chegaram a brilhar em palcos internacionais, como as Olimpíadas.
Criado em 1961 com o nome de Jogos Colegiais de Brasília, o evento nasceu sob a organização da Divisão de Esporte e Recreação da então Prefeitura do DF. A primeira edição, realizada durante a Semana da Pátria, reuniu cerca de 400 estudantes de escolas como Caseb, Elefante Branco, Colégio Dom Bosco e Ginásio de Brasília. A cerimônia de abertura ocorreu no CEM Elefante Branco, na Asa Sul, com desfile de delegações ao som da banda do Batalhão da Guarda Presidencial. Desde o início, modalidades como futebol, atletismo, vôlei, judô e basquete marcaram presença.
O diretor do Centro Integrado de Educação Física (CIEF), Guilherme Rohlfs, que participou dos jogos como atleta, destaca a importância da iniciativa:
“É um evento para ser muito comemorado, especialmente no âmbito da educação. Eu mesmo participei no judô e no basquete, há muitos anos, e tenho orgulho de ter feito parte disso no próprio CIEF, onde hoje atuo como diretor.”
Uma história em constante evolução
O sucesso das primeiras edições fez os jogos se expandirem rapidamente. Em 1962, passaram a se chamar Jogos Ginásio Colegiais, nome que durou até 1972, quando foram rebatizados como Jogos Estudantis do DF. A nomenclatura atual — Jogos Escolares do Distrito Federal — foi adotada em 1978.
Ao longo das décadas, o evento revelou talentos que marcaram o esporte brasileiro, como Joaquim Cruz, medalha de ouro nos 800 metros rasos nas Olimpíadas de Los Angeles (1984), e os ícones do basquete Oscar Schmidt e Pipoka, ambos com participações olímpicas.
Esses nomes reforçam o papel dos JEDF como porta de entrada para grandes competições. O evento é classificatório para os Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), organizados pela Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), e para os Jogos da Juventude, promovidos pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Transformações e modernização
Entre os que acompanharam de perto a transformação dos JEDF está o jornalista e professor da SEEDF Luiz Eduardo Siqueira, que viu de perto a ascensão de nomes como Caio Bonfim, medalhista olímpico na marcha atlética em Paris 2024, e Guilherme Schmidt, integrante da seleção brasileira de judô.
Segundo ele, os jogos passaram por mudanças importantes nas últimas décadas, como a separação da categoria sub-15, agora sob responsabilidade da CBDE, e a reestruturação das equipes coletivas.
“Antes, a gente fazia primeiro a etapa regional, depois a distrital, e a escola vencedora representava o DF no brasileiro. Agora, as equipes coletivas já não são formadas por uma escola, mas por uma seleção — um treinador escolhe os melhores atletas daquele campeonato para compor o time”, explica.
Pandemia e reinvenção
Em 2020 e 2021, os JEDF precisaram se reinventar diante da pandemia de covid-19. Com as competições presenciais suspensas, a SEEDF organizou uma versão online transmitida pelo YouTube.
A programação incluiu aulas, entrevistas e competições digitais, como xadrez e jogos eletrônicos. “Às quartas, havia o quadro Ginástica nas Quadras, e às sextas, entrevistas com atletas, professores e especialistas em educação física”, relembra Luiz Eduardo.
Hoje, com o retorno das atividades presenciais e a celebração de seis décadas e meia de existência, os Jogos Escolares do DF reafirmam seu legado como símbolo de formação, inclusão e excelência esportiva na capital federal.