Milei retira Argentina da OMS por ‘catástrofe’ na pandemia

O presidente Javier Milei determinou a saída da Argentina da Organização Mundial da Saúde (OMS), por causa de divergências em relação à gestão do organismo internacional durante a crise sanitária da pandemia de covid-19. A medida repete a decisão do presidente americano Donald Trump de retirar o financiamento dos Estados Unidos ao órgão vinculado às Nações Unidas (ONU). E foi confirmada nesta quarta (5) por nota que acusa a OMS de adotar modelo de quarentenas contra covid-19 comparadas a crime contra humanidade.

Milei determinou que o ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, proceda desvinculação da Argentina da OMS, alegando as “diferenças sobre a gestão sanitária”, segundo o porta-voz do presidente, Manuel Adorni. E a acusa o órgão de ter levado o país ao “maior confinamento da história da humanidade e à falta de independência da influência política de alguns estados”, durante o governo do ex-presidente, Alberto Fernández.

“Não permitiremos que um organismo internacional intervenha em nossa soberania”, completou Adorni, quando anunciou a decisão do presidente.

‘Catástrofe histórica’

Milei divulgou nota de seu gabinete presidencial, ressaltando que a OMS falhou em sua maior prova de fogo para a  coordenação de resposta a emergências sanitárias globais, missão para a qual o órgão foi criado pela ONU, em 1948.

“[A OMS] promoveu quarentenas eternas sem embasamento científico quando teve que combater a pandemia de covid-19. As quarentenas provocaram uma das maiores catástrofes econômicas da história mundial e, de acordo com o Estatuto de Roma de 1998, o modelo de quarentena poderia ser classificado como um crime contra a humanidade. Em nosso país, a OMS apoiou um governo que deixou as crianças fora da escola, centenas de milhares de trabalhadores sem renda, levou comércios e pequenas empresas à falência, e ainda assim nos custou 130.000 vidas”, diz a nota da Presidência da Argentina.

O documento prossegue afirmando que evidências atuais indicam que as diretrizes da OMS não funcionam, porque são resultado da influência política, e não baseadas na Ciência. Além de acusar o órgão de inflexibilidade para mudar sua abordagem, ficando longe de admitir erros, escolhendo continuar assumindo competências que não lhe correspondem e limitando a soberania dos países.

“É urgente que a comunidade internacional repense a existência de organismos supranacionais, financiados por todos, que não cumprem os objetivos para os quais foram criados, se dedicam a fazer política internacional e tentam se impor acima dos países membros”, conclui.



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