MPDFT apura desvio de verbas do esporte no DF e em Goiás

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio da Vice-Procuradoria-Geral de Justiça e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou nesta quinta-feira (11/9) a segunda fase da Operação Armlock. Foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em Goiás, com apoio do Departamento de Combate à Corrupção (DECOR), da Corregedoria da Polícia Civil e do Gaeco de Goiás.
A investigação mira um suposto esquema de desvio de recursos públicos em parcerias da Secretaria de Esporte e Lazer do DF (SEL/DF) com a Associação Centro-Oeste Jiu-Jitsu (COJJ), apontada como entidade de fachada. O grupo é suspeito de peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em procedimentos administrativos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo o MPDFT, a COJJ teria sido utilizada apenas como intermediária para garantir acesso a verbas públicas, que eram desviadas para custear eventos privados da Federação Brasiliense de Jiu-Jitsu Desportivo (FBJJD) e, em parte, apropriadas por integrantes da organização criminosa.
O esquema incluía empresas que forneciam orçamentos falsos e notas fiscais superfaturadas ou frias, inflando artificialmente os valores pagos pela Secretaria. O excedente era repartido entre servidores públicos, empresários e dirigentes esportivos. Servidores da própria SEL-DF teriam atuado de forma ativa, validando processos administrativos e facilitando liberações financeiras.
No centro da operação está Francisco Grisolia Santoro, presidente de fato da FBJJD, descrito como principal articulador das manobras ilegais. Ele teria contado com o apoio da então secretária de Esporte e Lazer, Giselle Ferreira de Oliveira, suspeita de validar expedientes fraudulentos e atuar em alinhamento direto com Santoro.
Outro nome citado é o do ex-deputado distrital Reginaldo Rocha Sardinha, que teria direcionado emendas parlamentares para projetos simulados pela COJJ. Em contrapartida, segundo as investigações, recebia percentual dos valores liberados.
O MPDFT informou que as análises seguem em andamento para dimensionar o montante desviado e aprofundar a identificação dos envolvidos.