PCDF indicia veterinários e dona de abrigo público por maus-tratos a animais

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A Polícia Civil do Distrito Federal, por intermédio da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra os Animais (DRCA/PCDF), instaurou inquérito policial para apurar graves casos de maus-tratos constatados durante operação realizada nesta segunda-feira (11), em um abrigo público e clínica veterinária, localizada no Gama, ambos vinculados à mesma gestão.

De acordo com a DRCA, durante a vistoria técnica no local, a equipe encontrou diversos cães mantidos em baias superlotadas, com espaço reduzido e higiene precária.

“Muitas baias não possuíam água disponível, e os potes de alimentação estavam vazios. Em algumas delas, filhotes foram localizados em meio a fezes e urina acumuladas, apresentando sinais de desidratação e fraqueza.”, relatou o delegado chefe da DRCA, Jonatas Silva.

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Divulgação/PCDF

Durante a visita, os técnicos também encontraram a presença de animais com parasitas como pulgas, problemas dermatológicos, abdômen distendido por provável infestação de vermes e magreza extrema, com costelas aparentes. Em um dos casos mais graves, uma cadela da raça Pitbull, amamentando, foi encontrada em estado avançado de caquexia, debilitada e sem qualquer fornecimento de alimento hipercalórico adequado.

Ainda de acordo com a DRCA, dois filhotes órfãos que estavam no abrigo apresentavam prostração severa e necessitavam de atendimento veterinário imediato, mas nenhuma providência foi adotada até a saída da equipe.

Na clínica veterinária parceira, de propriedade do médico-veterinário que coordena o abrigo, foram encontrados 20 cães diagnosticados com cinomose, todos mantidos em gaiolas pequenas, sujas e sem qualquer fonte de água ou alimentação.

“Muitos apresentavam sintomas neurológicos graves, como convulsões e vocalização de dor, sem tratamento prescrito ou medicação adequada.”, afirmou o delegado.

Foram localizados ainda, medicamentos vencidos e havia indícios de que animais retirados do abrigo para “tratamento” eram, na realidade, levados para morrer fora do alcance das fiscalizações.

Os responsáveis identificados, um médico-veterinário coordenador do abrigo, uma médica-veterinária responsável técnica, a proprietária de uma organização da sociedade civil (OSC) e a proprietária do espaço físico do abrigo, foram formalmente indiciados por múltiplos crimes de maus-tratos, previstos no art. 32, §1º-A, da Lei nº 9.605/98, em concurso material (art. 69 do Código Penal).

As investigações prosseguem para a completa responsabilização criminal dos envolvidos.


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