Presidente deposto é preso e cala sobre golpe tentado na Coreia do Sul
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Investigadores do Escritório de Investigação de Corrupção para Altos Funcionários (CIO) da Coreia do Sul, prenderam o presidente Yoon Suk Yeol, alvo de impeachment, nesta quarta-feira (15), para interrogá-lo sobre sua tentativa de golpe ao instituir lei marcial, em 3 de dezembro de 2024. Segundo informações da agência Yonhap, o presidente afastado ficou em silêncio no interrogatório de 2 horas e meia, na sede do órgão de investigação, em Gwacheon, ao sul de Seul.
Ao ser preso em cerco de 3 mil policiais ao complexo da residência presidencial, Yoon Suk Yeol viajou em um comboio por volta das 10h33 da manhã. O interrogatório foi liderado por Lee Jae-seung, vice-chefe do CIO, com os representantes legais de Yoon presentes. E não foi gravado em vídeo por objeções do presidente deposto.
Segundo a agência Yonhap, os investigadores têm 48 horas a partir do momento de sua detenção para buscar um mandado para sua prisão formal.
“Meu entendimento é que ele está se recusando a testemunhar. “A sessão da tarde está marcada para começar às 14h40 [horário da Coreia do Sul”, disse um funcionário do CIO a repórteres, sobre o interrogatório que pode durar até amanhã (16).
Yoon foi afastado após seu impeachment ser aprovado pela Assembleia Nacional do país, em 14 de dezembro, acusado de insurreição e abuso de poder, na tentativa de golpe. Na ocasião, o presidente foi acusado de enviar tropas ao Legislativo, após declarar lei marcial na noite de 3 de dezembro para impedir que os legisladores rejeitassem seu decreto.
O presidente afastado deve permanecer no Centro de Detenção de Seul, em Uiwang, perto do escritório do CIO, após interrogatório.
Rendição para não derramar sangue
Yoon defendeu que sua declaração de lei marcial teria sido um “ato de governança” para alertar o principal partido de oposição, o Partido Democrata, sobre o que ele classificou de “abuso de poder legislativo”. Em vídeo divulgado após sua prisão, o presidente reagiu classificando a investigação como “ilegal”. E disse ter concordado em comparecer ao CIO para evitar “derramamento de sangue”.
O alvo do impeachment alegou que a CIO não estaria tecnicamente autorizada a investigar acusações de insurreição. E antecipou que pretende comparecer ao Tribunal Constitucional para se defender durante um julgamento sobre sua remoção do cargo ou sua readmissão.
“É muito provável que ele seja mantido sob custódia devido à execução cruel da detenção pelo CIO, mas acho que ele comparecerá (ao julgamento) sem ser intimidado”, disse Seok Dong-hyeon, advogado e amigo de Yoon, ao sugerir que o presidente não comparecerá à segunda audiência formal do julgamento marcada para amanhã (16).
Os mandados de busca na residência presidencial e detenção de Yoon foram emitidos pelo Tribunal Distrital Ocidental de Seul, após o presidente deposto descumprir três intimações de investigadores para comparecer para interrogatório. (Com Yonhap)