Primeira escola bilíngue com selo internacional é de Brasília

“Para nós é muito importante sermos a primeira escola brasileira a oferecer o Diploma Programme em Brasília. Atesta que estamos fazendo um trabalho de excelência profissional e entregando o melhor para que nossos estudantes possam se dedicar integralmente à sua formação, que vai além da vida acadêmica”, declara com alegria o headmaster (diretor) da Escola Eleva, Lucas Garcia, ao comentar a conquista da certificação do International Baccalaureate Diploma Programme (IBDP).
A Escola Eleva, que acolhe alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio em regime integral e bilíngue – com aulas em português e inglês – tornou-se a primeira instituição brasileira a conquistar, no Distrito Federal, a certificação do IBDP. Trata-se de um dos selos educacionais mais reconhecidos no mundo. Com essa acreditação, os estudantes da Eleva poderão se candidatar a universidades de prestígio internacional, como a Universidade de Harvard (Harvard University) e a Universidade de Oxford (University of Oxford), além de instituições nacionais como a Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEPAE).

A certificação é concedida a escolas que comprovam alto padrão de qualidade acadêmica, estrutura física adequada e compromisso com valores sociais. Para isso, a instituição precisa passar por um rigoroso processo de candidatura e avaliação, que pode durar anos.
Na prática, o International Baccalaureate Diploma Programme exige dos estudantes um percurso acadêmico desafiador, composto por seis disciplinas obrigatórias.
Na Escola Eleva, cinco delas são fixas – Português, Matemática, Inglês, História e Geografia (denominadas “Brazilian Social Studies”) e Biologia. A sexta é de livre escolha entre Física, Global Politics e Business. Além disso, os alunos devem entregar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e realizar pesquisas aprofundadas para cada disciplina. “O aluno que opta por essa formação sai mais preparado, com pensamento crítico, visão global e autonomia intelectual. Para isso, também qualificamos nossos professores, que agora podem lecionar em qualquer escola do mundo que ofereça o IB”, explica o diretor Lucas.

Outro diferencial do programa é o componente CAS (Criatividade, Ação e Serviço), um portfólio de voluntariado que o estudante precisa desenvolver e entregar ao longo do curso. A proposta é estimular o engajamento comunitário, a responsabilidade social e o protagonismo juvenil. Em outras unidades do grupo Eleva, por exemplo, os alunos organizam campanhas de doação de sangue, atividades solidárias e projetos sociais.
Mesmo com a exigência do IBDP, os alunos da Eleva continuam cursando as disciplinas do currículo brasileiro. “Eles seguem fazendo Artes, Química e as demais matérias previstas no ensino nacional, como preparação para o PAS, vestibulares e o Enem. O IB é uma opção a mais, não uma substituição”, afirma o headmaster.
Segundo a escola, não há cobrança adicional para os alunos que optarem pelo programa. As mensalidades permanecem as mesmas, sendo de responsabilidade da família apenas o custo das provas do IB, estimadas em cerca de US$ 120 cada uma. A primeira turma de estudantes com formação IB começa em julho e as matrículas já estão abertas.
Desafios e perfil dos alunos
Em entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília, a direção da Escola Eleva explicou que a decisão de trazer o IBDP para Brasília tem relação direta com o perfil multicultural da cidade e seu papel como centro político e educacional do país. “Implementar esse programa aqui amplia as oportunidades acadêmicas e profissionais dos nossos alunos e reforça nossa missão de formar cidadãos globais, éticos e críticos”, afirma Lucas.
Ser pioneira, no entanto, também trouxe desafios. A escola precisou reconfigurar a grade curricular, capacitar professores e consolidar uma nova mentalidade educacional, baseada na investigação, interdisciplinaridade e protagonismo estudantil. “Foi uma transformação profunda, mas que fortaleceu nosso compromisso com a inovação pedagógica”, declara Garcia.
A escola espera atrair um perfil de aluno engajado, curioso, com pensamento crítico e sensível aos desafios do mundo contemporâneo. Além disso, destaca que o IBDP é compatível com as exigências de universidades brasileiras. O diretor Lucas aponta que a escola tem um modelo híbrido, com itinerários paralelos, que permite ao aluno cumprir os requisitos do IBDP e se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – que terá inscrições encerradas no dia 6 de junho — e o Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB) e vestibulares com suporte pedagógico individualizado.
Transformações na escola
A chegada do IBDP também trouxe impacto direto na cultura interna da Eleva. O ensino passou a valorizar ainda mais a produção acadêmica, a argumentação, a pesquisa e a ação social dos alunos. “Esses elementos já existiam, mas o programa fortaleceu com metodologia e reconhecimento internacional”, avalia a direção.
O suporte emocional também ganhou protagonismo. A escola conta com um time de Psicologia, uma equipe de Inteligência de Vida e uma coordenação de Bem-Estar Estudantil (SOE), que acompanham os alunos e suas famílias ao longo da jornada. “Trabalhamos escuta ativa, autocuidado e habilidades socioemocionais para que nossos estudantes enfrentem o desafio com confiança e equilíbrio”, conclui a escola.