Proposta por Kaio Jorge faz parte de ‘estratégia Bayern’ do Flamengo

BRUNO BRAZ
RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS)

Presidente do Flamengo, Bap já deixou claro seu desejo para que o clube se transforme num “Real Madrid das Américas” em termos administrativos. Porém, no que se refere ao campo e bola, o espelho é outro: o Bayern de Munique, e isso ficou evidente com a proposta feita a Kaio Jorge, do Cruzeiro.

OBJETIVO É ENFRAQUECER RIVAIS NACIONAIS

Além do interesse técnico no artilheiro do Campeonato Brasileiro, a vontade de contratar o atacante passa também por uma teoria parecida com a feita pelo poderoso clube alemão: a de enfraquecer rivais nacionais.

O Cruzeiro, por exemplo, foi terceiro colocado no Brasileirão e vem em uma guinada de competitividade turbinada pelo bilionário Pedro Lourenço, dono da SAF do clube.

O mandatário, porém, já sinalizou que irá fazer jogo duro com o Flamengo. A proposta inicial rubro-negra foi de 30 milhões de euros (R$ 196,7 milhões), mas Pedrinho -como é popularmente chamado- adiantou que não aceita negociar Kaio Jorge por menos de 50 milhões de euros (R$ 327 milhões).

“O Flamengo fez uma proposta, e nós fizemos uma outra proposta. A proposta que o Flamengo fez não satisfaz a gente, que é o que os caras falaram aí. Para vender o Kaio nós queremos 50 milhões de euros. Esse é o nosso preço”, disse Pedro Lourenço, dono da SAF do Cruzeiro, à Rádio Itatiaia.

DESTAQUE DO INTER JÁ ESTÁ ACERTADO

Outro destaque nacional já acertado com o Flamengo foi o zagueiro Vitão, do Internacional. O defensor de 25 anos é aguardado nesta terça-feira (30) para exames médicos e, caso seja aprovado, assinará contrato até 2029 com o Rubro-Negro.

O Inter, inclusive, chegou a fechar um acordo com o próprio Cruzeiro por Vitão, mas o negócio se desfez pois o zagueiro João Marcelo, envolvido na transação, não aceitou ser transferido por empréstimo para o clube gaúcho.

BAYERN ‘RAPELOU’ RIVAIS NA ALEMANHA

A estratégia de se reforçar com destaques de rivais nacionais é antiga no Bayern de Munique, desde os tempos de Michael Ballack, que em 2002 deixou o Bayer Leverkusen rumo ao gigante alemão.

Outros casos emblemáticos foram: Lewandowski (2014), Götze (2013) e Hummels (2016 e 2019), todos do Borussia Dortmund. Além de Sadio Mané (Liverpool, em 2022), Gnabry (Werder Bremen, em 2017), Goretzka (Schalke, em 2018) e Manuel Neuer (Schalke, em 2011).

No Flamengo há um entendimento de que mesmo possuindo uma condição financeira abastada, trazer destaques de grandes clubes europeus ainda é uma dificuldade em função da pouca visibilidade do futebol latino para estes centros. Por isso, se torna mais viável investir em jogadores de alto nível do mercado nacional que ainda geram um consequente enfraquecimento a um possível rival direto na disputa dos títulos.

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