São João anima o comércio do DF

CARLIANE GOMES 
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Uma pesquisa do Instituto Fecomércio-DF revela que o comércio da capital está otimista com o São João deste ano. Segundo o levantamento, 77% dos lojistas esperam vender mais do que no ano anterior, impulsionados pelo alto interesse dos consumidores: 94,9% dos entrevistados afirmaram que pretendem participar das festas juninas. Entre os comerciantes que projetam crescimento, 64,9% estimam aumento de até 10% no volume comercializado. Outros 20% acreditam em estabilidade nas vendas e apenas 3% demonstraram preocupação com queda. O estudo foi realizada entre os dias 16 e 22 de maio com 95 lojistas de diversos segmentos, como vestuário, alimentos, fantasias e artigos para festas, além de 158 consumidores abordados aleatoriamente em pontos de grande circulação no Distrito Federal.

De acordo com a Fecomércio, o período deve movimentar diversos setores da economia criativa, como alimentação fora do lar, produção de trajes típicos, eventos, músicos, artistas e técnicos de som e luz. Lojas de artigos para festas, supermercados e comércio de bebidas e comidas típicas também tendem a registrar aumento na demanda. Além das vendas, a data também impulsiona o mercado de trabalho. “Embora não tenhamos um levantamento quantitativo específico para este ano, é perceptível o aumento das contratações temporárias. Os setores mais demandados incluem alimentação, cozinheiros, garçons, auxiliares, entretenimento, músicos, artistas e técnicos de som e luz, moda e vestuário, além de equipes de apoio para montagem de estruturas e reforço nas lojas de artigos para festas”, informa a instituição.

Para o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, as festas juninas movimentam uma ampla cadeia econômica que vai do varejo e atacado ao setor de eventos, gastronomia, cultura, escolas, igrejas e até ambientes de trabalho. “No calendário do Distrito Federal são tantas que, devido ao grande número de eventos, estendem-se até o mês de julho. Esse movimento aquece as vendas e amplia a oferta de empregos temporários em diversos setores.”, avalia.

Orientação 

A Fecomércio recomenda que os empresários estejam atentos às tendências do mercado, invistam na renovação dos estoques com produtos temáticos, apostem em vitrines criativas e divulguem promoções por meio de campanhas sazonais. Atendimento qualificado, personalização da experiência do cliente e uso de canais digitais são estratégias-chave para potencializar os resultados no período junino.

Na Feira do Guará, a empresária Isabelle Cristina Medina Torres, da loja Caipira Chic, relata que o movimento ainda está aquém do esperado. “Ano passado, antes mesmo do Dia das Mães, eu já vendia tanto online quanto na loja física. Este ano está mais devagar. As pessoas pesquisam muito, mas demoram para fechar a compra”, diz. Apesar disso, ela afirma que o interesse permanece alto e que a tradição da marca ajuda a manter a clientela: “Sou bem conhecida na Feira. Todo mundo que chega aqui fala que meus vestidos são os mais bonitos de Brasília”. Há mais de 16 anos no mercado, Isabelle também destaca o papel das redes sociais na visibilidade da loja. “A gente trabalha com o Instagram, e muita gente vem até aqui por causa da nossa página. Minha mãe foi uma das pioneiras nas vendas de roupas juninas na Feira do Guará. Com o tempo, modernizamos o estilo e nasceu o nome Caipira Chic. Quis trazer um visual mais bonito e atual, sem perder a essência da festa”, conta.

Entre os consumidores, o clima também é de expectativa. Thais Silva, 18 anos, vendedora, planeja gastar até R$ 300 com comida típica, brincadeiras e ingressos. “Quero festejar com os amigos e comer muita coisa boa, que é o melhor do São João”, diz. Ela participa de festas em Brazlândia, onde mora, e no São João do Guará, evento que frequenta todos os anos. Apesar de não investir em fantasias, Thais afirma que há muita procura por bandeirinhas, chapéus, prendedores de cabelo e fitas de cetim. A estudante de Libras Alexia Amanda, 22 anos, também está animada para as festas deste ano, especialmente por causa da mudança na programação. “Disseram que a festa vai sair de Ceilândia e vir para o Plano Piloto. Acho que vai ser melhor, porque todas as regiões vão conseguir ter acesso. Normalmente, quem mora no Paranoá tem mais dificuldade para chegar lá. Com uma festa mais centralizada, mais gente vai poder participar”, afirma. Para ela, a mudança pode atrair novos públicos e tornar as comemorações ainda mais inclusivas.

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