Tentativa de massacre em escola pública do DF acende alerta 

Funcionários do Centro Educacional 04 do Guará (CED 04/Guará) encontraram uma carta escrita relatando provável ataque de morte a estudantes indeterminados da unidade. O estudante que planejava o ataque estaria em busca de uma arma de fogo para cumprir o seu objetivo.

No texto, o aluno falava que “sempre sonhou em matar pessoas” e que “todos merecem morrer”. O adolescente afirmou ainda, que tinha se envolvido em brigas na escola e por isso era “uma bomba relógio prestes a explodir”. “Vou colocar as mãos numa arma e matar todos que um dia ousaram em mexer comigo”, escreveu.

O jovem chegou a fazer menção a terroristas e outros ataques que vitimaram muitas pessoas. E desenhou símbolos nazistas citando ideologias extremistas nas cartas.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por meio da Divisão de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV), conseguiu identificar o jovem suspeito de ter escrito a carta, no final da tarde da última sexta-feira (23/05). As equipes policiais foram até a residência do adolescente de 15 anos, e realizaram buscas com a autorização do pai do jovem.

No local, os policiais encontraram uma machadinha, uma faca, e um simulacro
de arma de fogo, além de várias cartas com as mesmas iconografias presentes em ataques à escola anteriormente. A PCDF também verificou que o menor pesquisava na internet meios efetivos para realizar massacres.

O adolescente confessou que as cartas eram dele e por ele também foram escritas. Diante dos fatos, ele foi apresentado à Delegacia da Criança e do Adolescente II (DCA II) na última segunda-feira (26/05), para que fossem tomados os procedimentos jurídicos cabíveis de acordo com o ECA.

A secretária Mirian Pires, que possui um filho adolescente que estuda em escola pública no DF, ficou assustada com o caso.

“Como mãe, é impossível não se abalar ao ver uma notícia tão grave envolvendo adolescentes e principalmente no ambiente escolar, onde deveria ser um lugar de aprendizado e proteção. Infelizmente não sei o que está acontecendo com as crianças e os adolescentes hoje em dia.”, declarou Mirian.

O caso levantou novamente o debate sobre a saúde mental dos estudantes e a segurança no ambiente escolar.

Lidiane Félix é orientadora educacional da Rede Pública do DF, e conta que dentro de uma escola existem diversos desafios.

“Por mais que tenhamos formação continuada para agirmos de forma preventiva na escola, percebo que o trabalho em rede (educação, saúde e órgãos protetores) de apoio tem que realmente funcionar. Pois dentro de uma escola temos inúmeras realidades. Temos estudantes em sofrimento psicológico, que ultrapassam os limites da escola.”, afirmou Lidiane.

A orientadora disse ainda, que a maioria dos projetos interventivos têm como propósito combater e prevenir o bullying nas salas de aula.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), afirmou que há um compromisso com a promoção de um ambiente escolar seguro e saudável. E que para isso, criou o eixo “Escola Mais Segura”, dentro do programa Segurança Integral, que objetiva a realização de ações de prevenção no ambiente escolar, garantindo um espaço saudável para o desenvolvimento pleno de crianças e jovens.

A pasta informou também que a PCDF conta com encontros que capacitam os servidores para identificar, prevenir e combater práticas violentas, além de orientar os jovens sobre como lidar com situações de risco.

A SSP/DF destacou ainda, que há um trabalho realizado de forma integrada entre escola, família e comunidade, através do Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD), que atua diretamente nas escolas com atividades preventivas contra o uso de drogas, violência, bullying e cyberbullying.

Os programas, cartilhas e orientações estão disponíveis nos canais oficiais das forças de segurança pública do DF.

Atuação da Polícia Militar

A Polícia Militar do Distrito (PMDF), por meio do Batalhão de Policiamento Escolar (BPEsc), realiza policiamento ostensivo preventivo nas escolas públicas e privadas, com foco na atuação comunitária e repressiva, sempre que necessário. O trabalho é orientado por critérios técnicos e análises criminais, e inclui patrulhamentos, operações de varredura, blitzes escolares, bloqueios, visitas técnicas e ações educativas.

O BPEsc também promove visitas regulares às escolas com o objetivo de orientar gestores, professores, pais e estudantes sobre práticas preventivas e conscientização em segurança.

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