Uso correto de patinetes elétricos previne o risco de acidentes

Por Vítor Ventura
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Desde que começaram a ser usados pela população do Distrito Federal em janeiro deste ano, os patinetes elétricos têm se tornado uma alternativa de transporte muito útil na capital. No entanto, o uso incorreto deles eleva os riscos de acidentes que podem ser, muitas vezes, graves. Segundo dados do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), o Hospital de Base (HBDF) atendeu 34 pessoas que se acidentaram com patinetes elétricos entre abril e agosto de 2025.
De acordo com os registros, em abril foram atendidos 11 pacientes após acidente envolvendo patinetes elétricos. Em maio e junho, houve 6 registros em cada mês, mais 7 em julho e 4 casos até o dia 19 de agosto. Segundo o chefe da Ortopedia do HBDF, Rodrigo do Carmo, o uso irresponsável dos patinetes elétricos preocupa. “Ao alugar um carro, há seguro para cobrir acidentes. Já com o patinete, isso não acontece”, alerta.
Além de fraturas graves, as ocorrências também envolvem atendimentos de menor intensidade, mas que demandam estrutura. “Contusões e torções exigem exames de imagem, consultas ambulatoriais e sessões de fisioterapia”, explica o ortopedista. “O número de casos tem impacto direto na rotina dos pacientes e das equipes médicas”.
Uso correto previne acidentes
Apesar de prático, o patinete elétrico traz riscos. Por isso, a equipe médica do HBDF enfatiza a importância da utilização adequada dos patinetes. A regulamentação atual permite circulação com velocidade máxima de 40 km/h. Além disso, o uso de equipamentos de segurança é essencial – capacete, luvas e joelheiras podem evitar lesões graves e até salvar vidas.
Em nota ao Jornal de Brasília, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) informa que monitora o serviço de patinetes e bicicletas compartilhadas no DF e notifica as empresas sempre que há irregularidades. A empresa JET, responsável pelo serviço de aluguel, mantém uma equipe de colaboradores nos principais pontos de fluxo de patinetes elétricos para coibir quaisquer práticas irregulares. A Semob ressalta que o cadastro no aplicativo só é permitido para maiores de 18 anos, que confirmam ciência com os termos de uso dos equipamentos. Quando há práticas irregulares, os clientes são notificados a fim de evitar reincidências, sob pena de bloqueio ou suspensão das contas. Segundo a Pasta, a circulação dos patinetes é regulamentada pela Resolução nº 996/2023 do Contran.
Com o objetivo de garantir mais segurança viária, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) alerta para algumas regras para o uso de patinetes. Nas áreas de circulação de pedestres, como calçadas e passeios, a velocidade máxima é de 6km/h. Em vias locais, os patinetes devem seguir as mesmas regras aplicáveis às bicicletas, trafegando próximo ao bordo lateral da pista de rolamento e no mesmo sentido dos veículos. Além disso, por serem classificados como equipamentos de mobilidade individual autopropelidos, apenas um usuário pode utilizar o patinete, sendo proibido o transporte com passageiros.
Por fim, a Semob reforça que os patinetes elétricos têm um alto potencial de integração com o transporte público. A iniciativa se consolidou como alternativa viável para os deslocamentos de curta distância.